Neste tempo de ministério pastoral,
sempre que ouço falar sobre como ter uma comunidade verdadeira, o que mais
escuto é sobre filosofias ministeriais: igrejas em células, igreja com propósito,
rede ministerial, vida total da Igreja, culto sensível aos não cristãos, cultos
voltado aos tradicionais, MDA, Igreja Multiplicadora, e poderia ficar aqui
falando sobre muitas filosofias ministeriais sobre crescimento de Igreja.
Aprendemos sobre muitas coisas que
ajudam no trabalho ministerial e no desenvolvimento de Igreja. No qual o
mercado gospel está cheio de alternativas como nunca tivemos antes. Confesso
que como pastor, e alguém que gosta muito de olhar para tendências do nosso
tempo, li sobre cada uma destas filosofias.
Não quero aqui julgar qual é melhor,
até porque o que pode ser bom para mim, não seja bom para você. A filosofia
ministerial que deu certo para mim, pode não dar certo para você. Depende de
cada realidade onde será implantada esta filosofia. Que com certeza será um
contexto diferente de onde estou.
Mas quero falar sobre algo essencial
para uma comunidade principalmente quando olho para estes anos que vivi e que
muitas vezes é negligenciado. Uma comunidade cristã se faz com pessoas que tem
uma disposição de proteger a comunhão da sua Igreja constantemente. Esta tarefa
não é nada fácil, porque temos que abrir mão muitas vezes do nosso direito de
falar, de ficar irado, de romper com aquele relacionamento, de dar uma lição
naquele que tem nos ofendido. Mas creio que nada é melhor para uma comunidade
cristã do que viver plenamente a comunhão.
Lembro de um salmo que diz: “oh quão bom e quão suave é que os irmãos
vivam em união...ali o Senhor ordena a vida e a benção para sempre” Salmos
133:1,3. Precisamos aprender a defender a comunhão na Igreja. E ter a
disposição de restaurar relacionamentos é essencial.
Esta atitude precisa estar impregnada
na mente de cada pessoa. Porque geralmente esperam as coisas acontecerem para
tomarmos uma atitude. Uma das coisas que mais me intriga na Igreja, é que
sempre remediamos as coisas, nunca conseguimos prevenir. Creio que precisamos
começar a prevenir, sermos como pessoas da tribo de Issacar, que sabiam definir
muito bem a direção a tomar para o povo de Israel.
Um coração disposto a perdoar só tem a
ganhar! Porque ele não guarda rancor com facilidade, não cria muito expectativa
em relação ao outro. Também entende que pessoas podem falhar com ele, assim
como nós falhamos com outras pessoas.
As pessoas que tem esta disposição de
perdoar, sempre tomam a iniciativa para a restauração, não ficam esperando o
outro aparecer para restaurar, simplesmente vão e fazem o que precisa ser
feito, perdoar.
Comunidades assim têm uma
característica divina, porque foi exatamente isso que o Senhor fez com cada um
de nós. A palavra no diz que Deus provou o seu amor, quando nós ainda éramos pecadores,
Paulo afirmou isso em sua carta aos Romanos 5:8. O profeta Miquéias também mencionou
a disposição de Deus em sempre querer nos perdoar “De novo terás compaixão de nós;
pisarás as nossas maldades e atirarás todos os nossos pecados nas profundezas
do mar.” Miquéias 7:19.
Uma comunidade verdadeira se faz com
pessoas unidas e o crescimento da Igreja não depende do quanto evangelizamos
somente, mas principalmente do quanto as pessoas percebem o quanto nos amamos.
Na graça e no amor de Cristo
CASM